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CASTELO INTERIOR: AS PRIMEIRAS MORADAS

Atualizado: 24 de abr.

Nas primeiras moradas, a alma está no início de sua jornada espiritual. Ela pode estar preocupada com questões mundanas e distraída por desejos materiais. Neste estágio, a alma começa a perceber a necessidade de uma vida espiritual mais profunda, mas ainda está longe de alcançar uma união íntima com Deus. Santa Teresa enfatiza a importância da oração e da reflexão neste estágio inicial.


 
Castelo interior Santa Tereza D'Ávila

Nas primeiras moradas, a alma está no estágio inicial de sua jornada espiritual. Aqui estão algumas características-chave:

Preocupações mundanas: A alma está mais preocupada com assuntos materiais e mundanos do que com questões espirituais. Ela pode estar imersa em desejos e preocupações terrenas, como riqueza, status ou prazer pessoal.



Características de quem está vivendo as primeiras moradas


Distrações e desordem espiritual: Neste estágio, a alma é frequentemente distraída por várias tentações e distrações que a afastam do caminho espiritual. Ela pode lutar para manter uma vida de oração consistente devido a essas distrações. Ela pode se sentir atraída por prazeres fugazes, vaidades passageiras ou preocupações triviais, impedindo seu crescimento espiritual.


Consciência incipiente da vida espiritual: Embora a alma esteja imersa nas preocupações mundanas, começa a surgir uma consciência incipiente da necessidade de uma vida espiritual mais profunda. Ela pode sentir um desejo vago de buscar algo mais significativo além do mundo material.


Início da prática da oração: Mesmo que de maneira irregular ou superficial, a alma nas primeiras moradas começa a praticar a oração e a reflexão espiritual. Ela pode experimentar momentos de conexão com Deus, embora esses momentos sejam breves e intermitentes.


Necessidade de orientação espiritual: Como a alma está apenas no início de sua jornada espiritual, ela pode se sentir perdida ou confusa sobre como progredir. Neste estágio, a orientação espiritual de mestres espirituais ou diretores de alma pode ser fundamental para ajudar a alma a navegar pelos desafios espirituais.


Apegos emocionais: Nas primeiras moradas, a alma pode estar excessivamente apegada a relacionamentos, emoções ou realizações pessoais. Ela pode buscar validação e felicidade no amor romântico, na fama ou na admiração dos outros, em vez de encontrar sua verdadeira realização na comunhão com Deus.


O que são as "sevandijas" segundo escreve a Santa?


Nas primeiras moradas, a alma está no estágio inicial de sua jornada espiritual e, como tal, muitas vezes é dominada por preocupações e apegos relacionados ao mundo material e às necessidades básicas da vida terrena.


Ela pode estar preocupada com questões mundanas e distraída por desejos materiais. Neste estágio, a alma começa a perceber a necessidade de uma vida espiritual mais profunda, mas ainda está longe de alcançar uma união íntima com Deus. Santa Teresa enfatiza a importância da oração e da reflexão neste estágio inicial.


As "sevandijas" referem-se às preocupações mundanas e aos apegos terrenos que ocupam a mente e o coração da alma nas primeiras moradas da jornada espiritual, conforme descritas por Santa Teresa de Ávila em "Castelo Interior". O termo "sevandijas" é uma palavra em espanhol que significa literalmente "trastes", "tralha" ou "bugigangas", sugerindo algo supérfluo, desnecessário ou de pouco valor espiritual.


Santa Teresa de Ávila destaca a importância de reconhecer e superar essas "sevandijas" para progredir na jornada espiritual. Ela encoraja a alma a deixar de lado essas preocupações mundanas e a buscar uma vida de oração, reflexão espiritual e busca por Deus. À medida que a alma avança nas moradas espirituais, ela gradualmente se liberta desses apegos terrenos e se abre para uma comunhão mais profunda com Deus.


Trechos do livro "Castelo Interior" de Santa Teresa de Ávila que se relacionam com as primeiras moradas da jornada espiritual


Sobre as distrações e preocupações mundanas:

"Não raras vezes, não está a alma a recolher-se no castelo interior de si mesma, mas a vaguear fora dele e muitas vezes se afasta tanto que dificilmente pode ser recolhida por si mesma."


Sobre a busca por uma vida espiritual mais profunda:

"É uma coisa maravilhosa ver o grande Deus, tão adiantado no mundo, como os homens o chamam, escolher e chamar alguém, como me parece, tão indigno e tão pequeno como eu sou, para tratar com ele, e não só fazê-lo a Ele mesmo, mas a ensinar-me a verdade e o que é a perfeição."


Sobre o despertar espiritual inicial:

"E, se a alma começa a entrar nas primeiras moradas, que mal será haver alguém que lhe ensine o caminho? Certamente, não é por nossa negligência que o mundo vai bem, porque somos muitos os que o abandonamos."


Sobre a importância da oração nas primeiras moradas:

"Como a pessoa que começa a gostar do mundo, começa também a gostar de conversar com Deus; mas não será como aquela pessoa que se apaixona por alguém e, sempre que se vê, parece que arde de desejo de o ver."


Sobre a busca por direção espiritual:

"Creio que as pessoas que começam a amar o Senhor, mesmo que façam pequenas orações e se confessem com frequência, acabarão por não se perder. Contudo, ainda é uma coisa muito boa poder encontrar alguém que as entenda."


A decisão pela vida de oração, essa via que nos fará entrar no castelo e percorrer todas as suas moradas, trás consigo muitos desafios que, no início, se apresentará de diversas formas, até mesmo de coisas muito lícitas. Para se ter uma determinada determinação a alma precisará exercitar-se constantemente, alimentando-se de coisas espirituais e dizendo não àquilo que é mundano, renunciando as seduções do mundo, os prazeres da carne que são contrários a vontade de Deus e aderindo a uma radicalidade que o evangelho nos convida: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz de cada dia e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará” (Lucas 9,23-24).


Continua...


No nosso próximo post iremos falar sobre as segundas moradas. Vamos buscando cada vez mais compreender este caminho de total adesão a vontade de Deus e de total união a Ele. Sejamos dóceis e permitamos ser obedientes aos apelos de Deus. Ele só quer o nosso bem, a nossa felicidade, a nossa santidade.


 

Por João Paulo - Da Redação

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